sábado, 23 de junho de 2012

Carta de Apresentação da CFID


As diversas formas de ajuda ao desenvolvimento constituem um dos mais importantes e visíveis mecanismos para a promoção global do desenvolvimento. É por meio desse instrumento que países assolados por problemas estruturais de diversas naturezas – meio ambiente, segurança, fome – recebem o apoio internacional para se libertar do ciclo vicioso do subdesenvolvimento.

Mas mesmo esses instrumentos sofreram um grande revés com as diversas crises financeiras internacionais ocorridas nos últimos anos. Em um contexto de corte de receita, países muitas vezes considerados “não-estratégicos” tiveram cortes substanciais na ajuda que recebiam de fora, quando os chamados “grandes provedores” de ajuda revisavam e voltavam atrás em suas promessas de projetos de financiamento.

A Conferência Internacional sobre Formas Inovadoras de Financiamento ao Desenvolvimento traz para o debate neste ano o tema “Mobilizando Recursos Internacionais”. O corte de recursos para financiar externos afeta muito negativamente as economias em desenvolvimento, as quais não podem mais contar com um substancial recurso que era fundamental para a manutenção de políticas públicas de ajuda. Ao mesmo tempo que os recursos se tornam mais e mais escassos, a necessidade deles só aumenta, na medida em que muitas crises continuam assolando países – como na Somália e no Haiti – e outros muitos problemas surgem mundo afora.

O CFID deste ano propõe uma agenda focada para facilitar o debate: a implementação das propostas de taxação internacional. Essas taxas, aplicadas sobre bens e serviços globais, gerariam receitas suficientes para dar nova vida à ajuda externa ao desenvolvimento em todo o mundo. A viabilidade técnica já foi provada e já existem operações em vários países gerando receita para o desenvolvimento. Mas a vontade política é difusa: muitos daqueles que pagariam por essa nova receita – as camadas mais ricas do mundo, e não os governos – não querem assumir a conta. Sendo assim, o CFID cria um espaço oportuno para responder à seguinte questão: como pôr em prática novas formas de financiar o desenvolvimento global?

Philipe Moura (vulgo “Phil”) foi o idealizador do comitê. Formado em Relações Internacionais e agora a caminho do seu mestrado na Universidade da Califórnia, ele pesquisou sobre financiamento alternativo ao desenvolvimento global e ajudou a publicar um livro a esse respeito. Embora tenha ajudado com o guia, ele não poderá estar presente nas sessões.

Eu sou Lucas Augusto Santos Batista, 22 anos, natural de Brasília e recém-formado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Posso dizer que fui aquele que pode ser chamado de “model freak”, por não fazer outra coisa nos últimos quatro anos e meio a não ser participar de simulações da ONU (fechei minha graduação com a singela marca de 28 simulações), e dou muito valor a elas por terem me trazido onde estou hoje, e pelos grandes amigos que ganhei com elas (principalmente meu caro co-diretor Phil). Meus interesses acadêmicos giram em torno de Direito Internacional, Paz e Segurança Internacional e Cooperação Internacional. O CFID, por ser um projeto que pude ver desde o nascimento, foi o que me chamou de volta, mesmo depois de algum tempo, para o MundoCM e para as simulações. Espero poder ensinar muito mais do que termos técnicos sobre Desenvolvimento e Instrumentos de Investimento, mas também a trilharem o caminho de vocês desde agora rumo à carreira profissional de cada um.

Para me ajudar a dar seguimento a esse comitê, conto com o essencial apoio de Michael Nass e Beatriz Soares. Michael é ex-aluno, futuro internacionalista e é empolgadíssimo com a MundoCM – que, segundo ele, é a melhor simulação da qual ele já participou! (E foi isso que o trouxe a se candidatar para diretor da edição deste ano). Beatriz, por sua vez, é estudante de Direito na Universidade de Brasília, e, embora seja esse o seu primeiro contato com simulações, ela se envolveu bastante com a pesquisa do comitê e vem desempenhando um papel fundamental no nosso guia de estudos.

Estamos todos ansiosos para conhecê-los em agosto e simularmos juntos!

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